25/05/2014

A cobertura das Eleições 2014 e a reeleição de Dilma Rouseff nas pautas das quatro principais emissoras de TV do país.



Com as Eleições 2014 se aproximando, começam as campanhas políticas e o apontamento de erros de seus adversários. E ainda com a chegada de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) na disputa pela presidência, Dilma Rousseff vira o alvo da mídia com a sua possível reeleição. As principais emissoras de TV do país foram avaliadas e a seguir nossas conclusões.
As quatro maiores redes (Globo, SBT, Record e Bandeirantes) estão fazendo uma grande cobertura das Eleições. A Globo utiliza dos problemas da Copa do Mundo e das manifestações para desmoralizar o governo atual. Além disso, as reportagens com o candidato Aécio Neves são mais detalhadas, utilizam mais falas do entrevistado e sempre apresentam propostas para a resolução de problemas do país.
Exemplo:
Matéria 1: “Dilma afirma evitar ‘espectros fantasmagóricos’ do passado”, da repórter Priscilla Mendes. Sempre são utilizadas palavras de ataque:
“Ela criticou a oposição...”
“[...] atacou o governo anterior que, segundo ela, ‘renegou’ os jovens.”
“[..] provocou a presidente.”
Matéria 2: “Aécio diz que base do governo Dilma é ‘onerosa’ e que cortaria gastos”, do repórter Estêvão Pires. A imagem de um candidato que tem soluções para os problemas do país e críticas ao PT:
“[...] tornam a base do governo Dilma ‘onerosa’.“
“Segundo Neves, seria possível ainda cortar cargos comissionados. Ele defendeu a criação de uma secretaria extraordinária para, em seis meses, elaborar um projeto de simplificação tributária.”
"Precisamos lançar alguém que recupere o Brasil e firme parceria que não seja ideológica. Precisamos reposicionar o Brasil com as cadeias globais de produção e avançar na qualificação de programas na área social", afirmou o pré-candidato.”
“Para Aécio Neves, o Partido dos Trabalhadores não consegue fazer ‘debate sério’.”
“Ao longo dos últimos 15 anos, me especializei em derrotar o PT, ganhando no primeiro turno todos os anos.”

Nas matérias da Record são bastante citadas o nome do Partido dos Trabalhadores e grandes comentários de seus entrevistados ilustram a matéria. A emissora tende a apoiar o partido e utiliza palavras de apoio. Exemplo:

Matéria 1: “Articulação de Lula barra dissidências”, sem autoria indicada. A matéria apresenta apoio à candidatura de Dilma e ao partido. Além do uso de vários entrevistados:
“Ações do ex-presidente possibilitou recuperação de Dilma nas pesquisas”
“O líder do partido na Câmara, Givaldo Carimbão (AL), afirma que hoje 98% da bancada é a favor da candidatura de Dilma.”
 “A estratégia do Planalto em abrir espaço no governo para legendas que já estiveram no campo dos adversários também surtiu efeito.”
— “Não tínhamos alternativa. As candidaturas de Aécio e Eduardo são um voo no escuro. Afirma Benito Gama [...]”

Matéria 2: “Pré-campanhas expõem poder de fogo dos partidos”, também sem autoria definida:
Líder nas pesquisas, a presidente Dilma [...]”
“O ex-ministro Franklin Martins, integrante da coordenação da pré-campanha diz que certamente a presidente terá "uma estrutura muito mais leve [...]”
“O secretário nacional de Comunicação petista, José Américo, explica que o PT tem uma estrutura maior do que a dos outros partidos.”
“Tucanos que estiveram na linha de frente das últimas três eleições presidenciais contam que nunca o partido contou com um aparato tão profissional.”

O SBT mostrou-se mais imparcial em relação às outras emissoras de TV. Com um tom mais neutro, os telejornais tentam apresentar os prós e contras de cada candidato. Exemplo:

Matéria 1: “Pesquisa IBOPE aponta reeleição de Dilma Rousseff no 1º turno”, de Kennedy Alencar, Rachel Sheherazade. Mostram que os candidatos têm seus altos e baixos e as reportagens tentam mostrar todos os lados das Eleições deste ano:
“Boa notícia para o PT...má notícia para o PT”
“E para os dois principais candidatos, que são o Aécio e o Eduardo Campos?”
“[...] fortalece o cenário para de uma eleição presidencial em dois turnos.”
“Pro Campos, se ele não se diferenciar do Tucano, o Campos vai ser vítima da tradicional polarização entre o PT e o PSDB [...]

Matéria 2: “Pior Avaliação do Governo Dilma” de Kennedy Alencar. Novamente a neutralidade:

“Apesar da presidente ter caído, a oposição praticamente não subiu.”
“Não está fácil para a oposição, não está fácil para a Dilma, não está fácil para ninguém.”

Na Bandeirantes, as matérias seguem um estilo parecido com o do SBT. Aqui elas seguem neutras, aparentemente sem ataques. Bastante entrevistas, mas sem ataques aos outros candidatos. Se uma matéria se refere a Dilma, por exemplo, a matéria se edificará apenas nisso, com algumas exceções.

Concluindo, a Globo continua com a sua personalidade conservadora, duras críticas ao governo e exaltação dos candidatos do PSDB. A Record segue ao outro extremo, sempre mostrando os pontos fortes do partido com bastante elogios a candidata à presidência pelo PT. A Band e o SBT seguiram caminhos parecidos, sem muitas críticas e sempre com cautela em suas matérias. A cobertura do SBT em relação às outras é mais tranquila e pequena. A Globo e Record focaram bastante nesta pauta. A Band fez uma cobertura, por assim dizermos, normal.


Por Clara Brito, Dener Orleido, Hudson Portela e Leonardo Farias.
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