Um circo sem igual
Onde todos representam
Bem ou mal."
Dia desses andando pela Asa Sul, me
deparei com uma cena bastante inusitada no cotidiano de Brasília, um jovem
vestido de palhaço (foto) dormindo, provavelmente cansado da luta diária que
enfrenta pra conseguir míseras moedas nos sinais de trânsito da capital.
A cena me levou a refletir sobre
o quão aquela imagem representa a população dessa cidade.
Já estou por aqui há mais de três
anos, e já me sinto braziliense de certa forma, seja pela adaptação à loucura
do dia a dia, seja pela incorporação ao vocabulário das gírias que só se usa
por aqui ou outros fatores que tornam Brasília uma cidade com seus encantos e
desencantos.
Voltando ao palhaço, é lamentável
ver que a população da capital parece cada vez mais acomodada com os problemas
e mazelas sociais que estão cada vez mais escancaradas aos nossos olhos.
Já foi se o tempo em que ficavam
restritas apenas ao entorno de Brasília. Hoje em qualquer passeio pelo Plano
Piloto, é impossível não se deparar com centenas de jovens e adultos que usam
crack e outros tipos de drogas a qualquer hora do dia ou da noite; os moradores
de rua que sem amparo do governo já fazem parte da paisagem do urbanismo de
Niemeyer; homens e mulheres que tornam as calcadas das asas de Brasília uma
verdadeira Meca da prostituição adulta e infantil; e por aí vai... Poderia aqui
escrever dezenas de linhas citando ainda problemas como desemprego, caos no
trânsito, violência, etc...
Agora o que me espanta, é ver que
assim como o jovem vestido de palhaço, a população parece dormir e deixar Brasília
entregue nas mãos dos "Roriz" e "Queiroz"... E por estar
desiludida com o poder público, parece cada vez mais disposta a entregar a
capital nas mãos de pessoas incompetentes que tomaram de conta da bilheteria
desse grande circo do qual todos fazemos parte.
Estamos participando de um
espetáculo aonde pagamos pra ser o palhaço e estamos estagnados e sentados na plateia,
muitos sem esboçar reação nenhuma, enquanto meia dúzia toma de conta do Show e
estão rindo daqueles que dormem em seus acentos.
E o povo pode utilizar-se dos
versos da música de Antônio Marcos e dizer apenas
"Quem é que vai querer
Me acreditar
Eu sou palhaço sem
querer..."
Por Marcos Lenmah Araújo
(Trechos da música "Sonhos
de Um Palhaço “- Antônio Marcos)
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=jI6RUD_s0Jg
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=jI6RUD_s0Jg