O SBT nunca foi uma emissora preocupada com a sua imagem e após dez anos, finalmente o canal de Silvio Santos muda a sua logomarca. Imagem: SBT |
O conceito é o mesmo, o círculo colorido com a sigla do Sistema Brasileiro de Televisão, mas representa grandes mudanças no futuro da emissora. O então círculo ganha movimento e cores mais vivas. Parece feita com aquelas réguas mágicas que encontramos em papelarias, mas segundo Kevin Zung, diretor-executivo de criação da Publicis: “Estamos seguindo a tendência em linha com o que há de mais moderno no design mundial”. Sinceramente, nunca vi um logo parecido com esse. Além disso, parece de um canal infantil. Mas, não podemos reclamar, o SBT aparentemente está acordando de seu profundo sono, após anos de programação repetitiva e enlatada, mesmo que atualmente ainda isso aconteça em parte dos horários, principalmente à tarde. São novelas em todo o momento e o desgastado Chaves e Chapolin. A parceria com a mexicana Televisa mostra como a emissora paulista não vê outros mercados que poderiam ajudar a levantar a audiência do canal e voltar à segunda posição, ameaçada em vários horários pela Rede Record - esta também com programação de baixa qualidade.
O SBT viu sua capacidade de produção de conteúdo quando Danilo Gentili chegou à emissora e com a volta de Otávio Mesquita. O canal tem experiência, são quase 35 anos. A audiência mostrou o que é bom e ruim entre os programas da emissora. Infelizmente demorou muito para abrir os olhos e se mexer.
Com o lançamento da marca para dia 17, dia do aniversário da emissora, para o público em geral, vimos que com o novo logo, e nos últimos três anos com a contratação, pela primeira vez, de uma agência para a criação de uma identidade visual, além do slogan “#compartilhe”, o SBT passou a se preocupar com a sua imagem. Mostra que está de voltando ao combate, ainda que em passos lentos.
Espero que com as mudanças anunciadas e num futuro bem próximo, o SBT mude a sua programação radicalmente. É necessário. Chega de tantas novelas, Chaves e programas como “Casos de Família” e Programa do Ratinho”. Mudanças no jornalismo, adaptar-se às novas tecnologias, como o já “antigo” HD. Começar parcerias com canais de conteúdo realmente relevante e de qualidade. Um exemplo: a BBC. Ela não produz apenas documentários. Suas séries e programas são famosas no mundo inteiro, mas o Brasil não reconhece. O SBT precisa de aulas com a France Televisions e CBC (Canadian Broadcasting Corporation) e a própria BBC, com seu reconhecido selo de qualidade. Mas, diante dos fatos, não podemos dizer que a emissora de Silvio Santos está em decadência, apenas em transformação.
Por Leonardo Farias